segunda-feira, 28 de abril de 2008

Do Livre Arbítrio - Fórmula de Concórdia

ARTIGO 2º
DO LIVRE ARBÍTRIO

Questão principal nesta controvérsia.

O Livre Arbítrio encontra-se a vontade do homem em quatro estados diferentes, a saber:
1. antes da queda;
2. depois da queda;
3. depois da regeneração;
4. depois da ressurreição da carne.

A questão principal diz respeito apenas à vontade e capacidade do homem no segundo estado: que forças possui de si mesmo, em coisas espirituais, depois da queda dos primeiros pais e antes de sua regeneração, e se tem a capacidade de dispor-se e preparar-­se, com suas próprias forças, antes de regenerado pelo, Espírito de Deus, para a graça de Deus, e de aceitar ou não a graça oferecida por intermédio do Espírito Santo na palavra e nos santos sacramentos.

Doutrina correta e pura sobre este artigo de acordo com a palavra de Deus.

1. No tocante a isso, nossa doutrina, fé e confissão é que o enten­dimento e a razão do homem são cegos em coisas espirituais, e nada en­tende ele com suas próprias forças, como está escrito: “Ora, o homem na­tural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las” quando é examinado a respeito de coisas espirituais.

2. Cremos, ensinamos e confessamos, outrossim, que a vontade ir­regenerada do homem não só está alheada de Deus, mas também se tornou inimiga de Deus, de modo que só deseja e quer o mal e o que se opõe a Deus, conforme está escrito: «Porque é mau o desígnio íntimo do homem desde a sua mocidade». Da mesma forma: Por isso o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Sim, tão pouco como um corpo morto pode vivificar a si mes­mo para a vida corpórea, terrestre, tão pouco o homem, que pelo pecado está espiritualmente morto, pode erguer-se a si mesmo para a vida espi­ritual, conforme está escrito: «E estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo “Razão por que não somos por nós mesmos - capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus”. 2 Co 3.

3. Mas Deus Espírito Santo não opera a conversão sem meios, po­rém se vale para isso da pregação e audição da palavra de Deus, como está escrito em Rm 1: O evangelho é «poder de Deus» para salvar. Também: A fé vem da audição da palavra de Deus. Rm 10. E é da vontade de Deus que se ouça sua palavra e não se fechem os ouvidos. Com essa palavra o Espírito Santo está presente e abre os corações, para que, como Lídia, em Atos 16, nela atentem, sendo assim convertidos exclusivamente pela gra­ça e poder do Espírito Santo, de quem, dele só, é a obra da conversão do homem. Pois sem a sua graça, o nosso «querer e correr», nosso plantar, semear e regar nada são, se ele não der «o crescimento», como diz Cristo: “Sem mim nada podeis fazer”. Com essas breves palavras nega os poderes ao livre arbítrio e atribui tudo à graça de Deus, para que ninguém se glorie diante de Deus. 1 Co 9.


B. Doutrina falsa e contrária a Palavra de Deus.

Conseqüentemente, rejeitamos e condenamos todos os erros seguintes como sendo contrários à norma da palavra de Deus:

1. O delírio dos filósofos chamados estóicos, como também dos ma­niqueus, os quais ensinaram que tudo quanto acontece tem de acontecer assim e não poderia suceder de outra maneira, e que o homem faz tudo coagido, mesmo aquilo que pratica em matéria de coisas externas, e que é coagido a obras e atos maus como libidinagem, rapina, assassínio furto e coisas que tais.

2. Rejeitamos também o erro dos pelagianos crassos, os quais ensi­naram que o homem, com suas próprias forças, sem a graça do Espírito Santo, pode converter-se a si mesmo a Deus, crer o evangelho, obedecer de coração à lei de Deus e assim merecer perdão dos pecados e vida eterna.

3. Rejeitamos, outrossim, o erro dos semi-pelagianos, os quais ensi­nam que o homem pode com as próprias forças, iniciar sua conversão, não podendo, entretanto completá-la sem a graça do Espírito Santo.

4. Rejeitamos igualmente o ensino de que, conquanto o homem antes de seu re­nascimento seja demasiadamente fraco para com seu livre arbítrio fazer o ini­cio, e, com suas próprias forças, converter-se a si mesmo a Deus e de co­ração obedecer à lei de Deus, a vontade do homem, todavia depois que o Espírito Santo, com a pregação da palavra, fez o começo e nela ofereceu sua graça, pode então, de suas próprias e naturais forças, acrescentar algo, bem que pouco e, debilmente, ajudar e cooperar, qualificar-se. preparar-se para a graça, apreender e aceitá-la, e crer no evangelho.

5. Da mesma forma, que o homem, depois de renascido, pode obser­var com perfeição e integralmente cumprir a lei de Deus, e que esse cum­primento é nossa justiça diante de Deus, pela qual merecemos a vida eterna.

6. Também rejeitamos e condenamos o erro dos entusiastas, os quais imaginam que Deus atrai os homens a si, os ilumina, justifica e salva sem meios, sem que ouçam a palavra de Deus, também sem o uso dos santos sacramentos.

7. Do mesmo modo, que Deus, na conversão e regeneração, destrói integralmente a substancia e essência do velho homem, e especialmente a al­ma racional e que na conversão e regeneração cria. do nada, nova essên­cia da alma.

8. Também o emprego sem explanação, das expressões que seguem: que a vontade do homem resiste ao Espírito Santo antes da conversão, na conversão e depois dela, e que o Espírito Santo é dado àqueles que lhe resistem propositada e persistentemente. Pois, como diz Agostinho, na con­versão Deus faz dos no lentes volentes e habita nos volentes.
No que tange às expressões dos antigos e dos novos doutores da igreja quando dizem: «Deus trahit, sed volentem trahit», isto é: «Deus atrai, mas atrai o querente». Também: «Hominis voluntasin conversione non est otiosa, sed agit aliquid», isto é: «Na conversão, a vontade do homem não é ociosa, mas realiza algo» - visto essas expressões haverem sido intro­duzidas para confirmação do livre arbítrio natural na conversão do homem, contra a doutrina da graça de Deus, julgamos que não concordam com a forma da sã doutrina, devendo-se evitá-las, por isso, com razão, quando se fala da conversão a Deus,
Por outro lado, contudo, diz-se acertadamente que na conversão Deus, por intermédio da atração do Espírito Santo, transforma homens recalcitran­tes e não-volentes em volentes, e que depois dessa conversão, em diário exercício do arrependimento, a vontade renascida do homem não é ociosa, mas coopera em todas as obras do Espírito Santo, que ele realiza através de nós.

9. Também o que o Dr. Lutero escreveu: comportar-se a vontade do homem em sua conversão
«pure passive», isto é, absolutamente nada fazer, isso deve entender-se respectu divinae gratiae in accendendis novis motibus, isto é, quando o Espírito Santo, por intermédio da palavra ouvida ou pelo uso dos santos sacramentos, apreende a vontade do homem e opera o no­vo nascimento e conversão.
Pois, quando o Espírito Santo operou e alcan­çou isso, é a vontade do homem foi mudada e renovada exclusivamente por sua divina força e operação, então a nova vontade do homem é instrumento e órgão de Deus Espírito Santo, de modo que não só aceita a graça, mas ainda coopera com o Espírito Santo nas obras que seguem.
De sorte que antes da conversão do homem existem apenas duas cau­sas eficientes, a saber: o Espírito Santo e a palavra de Deus, o instrumento do Espírito Santo, e pelo qual ele opera a conversão, O homem deve ouvir essa palavra, se bem que não lhe pode dar crédito nem aceitá-la por suas próprias forças, mas exclusivamente por intermédio da graça e operação de Deus Espírito Santo.

Perguntas cruciantes?

(Controvérsia Sinergista p. 22)

Por que alguns homens se salvam e outros não? Por que Davi é aceito e Saul é rejeitado?

Por que Pedro se volta a Jesus e Judas vai «para o seu próprio lugar»?

Por que o evangelho é aceito por uns e é desprezado por outros?

Será que Deus ama realmente a todos os homens?


Será que Deus deseja seriamente a salvação de todos? Será que o poder do evangelho é o mesmo nos corações de todos?

Então, por quê? Por quê?

Mas a Bíblia não responde?

Sem dúvida, ela responde. Só que a resposta da Bíblia não agrada à lógica do homem. Há tantas coisas na Bíblia que são contra a maneira de pensar da gente que a cada passo o nosso velho homem pára e meneia a cabeça. E a Bíblia não esconde o fato; ao contrário, torna a repetir esse desencontro. Deus declara: “Assim como os céus são mais altos do que a terra, assim os meus pensamentos são mais altos do que os vossos pensamentos”. Is 55.9. E é uma sorte, uma bendita sorte que seja assim; que, contra toda a lógica do mundo, Deus, em lugar de me condenar eternamente por causa dos meus pecados, me acolhe em sua infinita mise­ricórdia e me recebe como seu filho amado. «Que preciosos para mim, Senhor, são os teus pensamentos!» SI 139. 17.

E é esta a resposta que a Bíblia dá às perguntas cruciantes acima:

1 - Deus deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. 1 Tm 2.4
- Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Jo 3.17
- Deus não nos destinou para a ira, mas para al­cançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo. 1 Ts 5.9

2 - Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura, ­Mc 16.15.

3 - Não me envergonho do evangelho, porque é o poder Deus para a salvação de todo aquele que crê. Rm 1.16.

4 - Quem crer e for batizado será salvo i quem, porém, não crer será condenado, Mc 16.16.
Jo 3.36 - Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, to­davia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.

5 – “Pela graça sois salvos." Ef 2.5. Rm 3.24 - Somos justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus.

Resumindo, temos a resposta da Bíblia em 4 afirmações:

- Deus quer salvar a todos.

- O evangelho oferece a redenção em Cristo a todos.

- Quem se salva se salva unicamente por graça.

- Quem se perde se perde por culpa própria.


Mais que isto a Bíblia não diz. Por conseguinte, devemos contentar-nos com o que acabamos de ouvir. MAS - esse «mas» maiús­culo vem do velho homem, que aponta com o dedo para a «cruz dos teólogos» e raciocina - mas como se explica então que nem todos os homens se convertem e se salvam?· E ele oferece esta solução: ou a diferença está em Deus ou ela está no ho­mem.
Concordamos plenamente: se nós queremos seguir os «nos­sos pensamentos» e resolver o impasse com o nosso raciocínio, então não resta outra opção: ou a diferença está na atitude de Deus ou ela está no homem. A primeira foi a escolha do calvi­nismo, a segunda foi a escolha do sinergismo.

A opção do Calvinismo

As igrejas de cunho calvinistas (reformados, presbiterianos, congregacionais, batistas, valdenses, etc.) ensinam que a mise­ricórdia divina envolve apenas os escolhidos, os eleitos pela graça, e não a todos os homens. Eles negam a universalidade da graça divina e do evangelho. Na Confissão Galicana (1559) lemos: - “Cremos que dessa corrupção e condenação geral, em que se encontram todos os homens por natureza, Deus salva alguns, a saber, aqueles que ele... escolheu em Cristo, mas que os outros ele os abandona nesta corrupção e condenação, para neles, que devem ser condenados por direito, revelar sua jus­tica”.

A opção do Sinergismo

Melanchthon é o pai do sinergismo. O termo dá a entender que o homem pode cooperar na sua conversão. No seu com­pêndio de doutrina, - “Locí”, Melanchthon escreve: «Como a pro­messa de Deus é universal e como não existem em Deus von­tades contraditórias, é necessário admitir que haja dentro de nós algo que estabeleça a diferença de atitude e venha a explicar por que Saul é rejeitado e Davi é aceito.» Tornou-se corrente a expressão: “algo no homem”, o que Melanchthon explica des­sa forma; há no homem o livre arbítrio, pelo menos em dose mínima, mas o suficiente para poder, antes da conversão, adap­tar-se à graça, ir ao encontro dela, cooperar com ela. Enquanto nós aprendemos no catecismo que o homem natural é “espiri­tualmente cego, morto e inimigo de Deus”, igual a uma pedra na estrada que não se move, Melanchthon discorda plenamente e escreve: “A conversão em Davi não se processou da forma como se uma pedra se transformasse em figo, porém, dentro dele operou o livre arbítrio”.

O livre arbítrio vamos encontrar em todas as igrejas e cor­rentes onde ensinam que o homem por natureza possui forças suficientes para se decidir em favor de Deus, convertendo-se, se quiser: os pelagianos reclamam capacidade total, os semi-pe­lagianos, católicos e arminianos se contentam com capacidade limitada, e os sinergistas, seguidores de Melanchthon, usam uma dosagem mais fraca do livre arbítrio, nestes termos: Deus atrai os «querentes».

Que a opção do sinergismo está errada, ensina-nos o ar­tigo anterior que trata do pecado original. Porém de uma ma­neira toda especial a Bíblia ainda mostra:

1 - Que o homem natural não é capaz de crer: Jo 6.44 - Nin­guém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer.

2 - Que para o homem a mensagem salvadora é loucura: 1 Co 2.14 - O homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura.

3 - Que a conversão é um ato da graça e poder de Deus: Ef 1.19 - E qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder.

4 - Que a conversão é obra exclusiva do Espírito Santo que age através dos meios da graça: Palavra e Sacramentos: Jo 3.5 – “Quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus”.

Por conseguinte, devemos corrigir a frase citada por Me­lancnthon: “Deus atrai os querentes”, substituindo os “queren­tes”, que não existem, por “não-querentes”, de forma que a frase soe: Deus transforma os não-querentes em querentes, de acor­do com Fp 2.13 - Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar.



Artigo 2º - Do Livre Arbítrio
Fórmula de Concórdia
Livro “Cremos por isso também falamos”
de Otto O. Goerl
Ed. Concórdia S. A.
Porto Alegre – RS.
Ano 1977.


Rev. Ari Fialho Júnior
Soli Deo Gloria!

9 comentários:

  1. Vocês crentes pressupõem que Deus criou um universo perfeito e que nós, suas criaturas, também fomos criados perfeitos, mas que, usando de nosso livre arbítrio, e sabendo das consequências, decidimos pecar. Como castigo, Deus nos expulsou do Paraíso. Entretanto, em seu infinito amor, enviou-nos seu próprio filho para ser sacrificado por nós e expiar nosso pecado, salvando-nos da morte.

    Estas idéias apresentam uma série de falhas, sempre repetindo que Deus é perfeito e o erro foi nosso.

    1. Adão e Eva não cometeram um pecado que justificasse tamanha punição. Se, como diz a Bíblia, eram como crianças que não conheciam o bem e o mal, também não tinham a consciência de que estavam fazendo algo tão errado.

    Insistem que Deus os avisou claramente. Sim, mas criaturas sem maldade como eles não tinham como perceber que estavam sendo enganadas pela serpente, já que a malícia e a mentira eram conceitos que eles não compreendiam. Quando muito, ao ouví-la, concluiriam que não tinham entendido direito as palavras de Deus. E a verdade é que foi Deus, e não a serpente, que mentiu sobre os frutos da árvore do Bem e do Mal.

    Podemos perfeitamente considerar que Deus preparou uma armadilha para Adão e Eva. Um pai amoroso faria de tudo para proteger seus filhos e jamais criaria perigos propositalmente. Ainda mais um pai omnisciente, que já sabia qual seria o resultado.
    2. Ainda que aceitemos que Adão e Eva mereceram o castigo, este deveria atingir apenas a eles, não a seus descendentes, que deveriam ter continuado no Paraíso. Os filhos não devem pagar pelos pecados dos pais.
    3. Se Deus é omnisciente, ele sabia de tudo o que aconteceria no universo que ele ainda iria criar. Ele tinha a opção de criar infinitos universos diferentes, cada um com infinitas opções de acontecimentos diferentes, mas escolheu criar este, deste jeito, com estas pessoas vivendo estas vidas. Ao se decidir por esta opção, selou nosso destino. Todas as “nossas” decisões já foram tomadas por ele.

    Continua...

    ResponderExcluir
  2. Não temos como ser diferentes, ou estaríamos surpreendendo Deus, o que é impossível. Não temos como fazer diferente do que Deus já sabe que vamos fazer. Omnisciência e livre arbítrio são incompatíveis. A omnisciência cristaliza o futuro.
    4. Deus não perguntou se queríamos nascer. O livre arbítrio, ainda que existisse, já estaria limitado pelas condições em que nascemos: um corpo limitado em sua capacidade e duração; uma mente e uma percepção das coisas limitadas; um local de nascimento, cultura, características físicas e uma família que não escolhemos; uma educação e as circunstâncias de nossa infância, que definem aquilo que somos como adultos.

    Quando nos damos conta das coisas, já estamos numa arena, obrigados a participar de um jogo no qual não pedimos para entrar, do qual não podemos sair, com regras impostas, e que pode resultar num castigo eterno se falharmos.
    5. Deus só nos deu 2 opções: obedecer s suas regras arbitrárias ou sofrer eternamente. Não são regras “naturais”, como dizem os crentes. Não são “provas do amor de Deus”. São imposições. Não somos obrigados a amar a Deus ou gostar das opções. Não somos nós que escolhemos, “de livre e espontânea vontade”, renunciar ao “amor” de Deus e ir para o inferno. Deveríamos ter o direito de escolher nossas próprias opções, diferentes das duas que Deus nos impõe, sem sermos castigados, inclusive a de nem nascer.
    Aí sim, poderíamos falar de livre arbítrio.

    Se Deus nos criou perfeitos, então não poderíamos ter pecado, com ou sem livre arbítrio, ou não seríamos perfeitos. Seres perfeitos não decidem se tornar imperfeitos. Se Deus decidiu nos criar imperfeitos, por alguma razão, então não podemos ser condenados por falhas que não escolhemos ter.

    Um ente perfeito só deveria criar a perfeição, mas:

    “Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu sou o Senhor, que faço todas estas coisas.” (Isaías 45:7)

    “Não é da boca do Altíssimo que saem os males e a felicidade?” (Lam. 3:38)

    “Dei-lhes então estatutos que não eram bons e normas pelas quais não alcançariam a vida. Contaminei-os com as suas oferendas…a fim de confundí-los.” (Ezeq. 20:25-26)

    Giovane

    ResponderExcluir
  3. Refutação da contestação do usuário Giovane do Yahoo! Respostas ao meu Artigo sobre Livre Arbítrio. Acompanhe:

    Giovane:

    Introdução:
    Vocês crentes pressupõem que Deus criou um universo perfeito e que nós, suas criaturas, também fomos criados perfeitos, mas que, usando de nosso livre arbítrio, e sabendo das conseqüências, decidimos pecar. Como castigo, Deus nos expulsou do Paraíso. Entretanto, em seu infinito amor, enviou-nos seu próprio filho para ser sacrificado por nós e expiar nosso pecado, salvando-nos da morte. Estas idéias apresentam uma série de falhas, sempre repetindo que Deus é perfeito e o erro foi nosso.

    (1º artigo). Adão e Eva não cometeram um pecado que justificasse tamanha punição. Se, como diz a Bíblia, eram como crianças que não conheciam o bem e o mal, também não tinham a consciência de que estavam fazendo algo tão errado.


    Refutação:

    Resposta do Rev. Ari

    Olá Giovane.

    Bem vindo ao Blog. Obrigado por seu comentário contestando meu artigo sobre Livre Arbítrio.

    Abaixo segue a refutação de sua contestação:

    Seu maior erro consiste no fato de que você realmente não conhece as escrituras. Conseqüentemente você acredita seriamente que temos Livre Arbítrio para questões espirituais, coisa que de fato não temos. Que você crê erroneamente desta forma, fica claro quando lemos o que você mesmo escreveu no texto acima:
    “... usando de nosso livre arbítrio (...) decidimos pecar”. Por isto sua dificuldade de entender esta questão.

    Além disto, na introdução ao primeiro artigo de sua contestação você, não só parte do pré suposto, como também afirma que a Bíblia ensina que Deus criou Adão e Eva
    “como crianças que não conheciam o bem e o mal”, ora, esta sua afirmação não pode ser levada a sério. Onde diz na Bíblia que Adão e Eva foram criados como crianças? Deus não criou Adão e Eva fisicamente como crianças, e também não os criou mentalmente sem entendimento, ou com discernimento infantil, mas de fato os criou Homem e Mulher, adultos, com plena capacidade de entendimento, capacidade de governar as coisas criadas, e capacidade de manter um relacionamento físico e inclusive procriar, o que evidencia a idade adulta. Evidentemente ambos tinham completo domínio sobre si próprios e tinham plena consciência de seus atos. Isto fica bem claro quando lemos:

    Gn 2:15 “E tomou o SENHOR Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar”.

    Gn 2:1-3 “Ora, a serpente (...) disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: “Do fruto das árvores do jardim comeremos, Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais”.


    Pelo diálogo acima podemos perceber que Eva está conscia de seus atos, e demonstra entendimento sobre o assunto em questão. Tanto isto é verdade que quando a serpente astutamente diz: “É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim”?
    Eva percebendo o erro na citação da serpente, corríge-a prontamente: “Do fruto das árvores do jardim comeremos, Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais”.

    Com isto vê-se claramente que inocência infantil definitivamente não é o caso de Adão e Eva.

    continua...

    ResponderExcluir
  4. Giovane:

    (1a). Insistem que Deus os avisou claramente. Sim, mas criaturas sem maldade como eles não tinham como perceber que estavam sendo enganadas pela serpente, já que a malícia e a mentira eram conceitos que eles não compreendiam. Quando muito, ao ouví-la, concluiriam que não tinham entendido direito as palavras de Deus. E a verdade é que foi Deus, e não a serpente, que mentiu sobre os frutos da árvore do Bem e do Mal(sic).Podemos perfeitamente considerar que Deus preparou uma armadilha para Adão e Eva. Um pai amoroso faria de tudo para proteger seus filhos e jamais criaria perigos propositalmente. Ainda mais um pai omnisciente, que já sabia qual seria o resultado(sic).

    Refutação:

    Rev. Ari

    Caro Giovane aqui você novamente insiste na impossibilidade de Adão e Eva serem culpados porque na sua opinião ambos eram inocentes e sem maldade, porém neste caso quem está agindo com gigantesca inocência é você. Veja bem como você continua seu texto:
    “Insistem que Deus os avisou claramente. Sim, mas criaturas sem maldade como eles não tinham como perceber que estavam sendo enganadas pela serpente, já que a malícia e a mentira eram conceitos que eles não compreendiam”. (grifo meu).

    Afirmo a você que Adão e Eva, embora não tenham nascido em pecado, e também jamais havia pecado até aquele momento, ainda assim ambos sabiam exatamente o que é pecado, pois por definição pecado nada mais é do que transgredir a vontade de Deus. E é certo que eles sabiam qual a pura, santa, e perfeita vontade de Deus. Para ter certeza basta observar o que a Bíblia diz em:


    Gn 2:16,17 “E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.

    De qualquer maneira a questão aqui não é se eles compreendiam ou não o conceito de pecado, visto que por serem perfeitos não necessitariam, a exemplo da humanidade atual, aprender pelo método de erro e acerto. Mas o que importa aqui é que eles conheciam a vontade perfeita de Deus, e sabiam que transgredir a vontade de Deus implicaria em conseqüências desastrosas.

    Na realidade todos nós experimentamos situações semelhantes no dia-a-dia. Imagine-se você mesmo trabalhando em um local com perigo de descarga elétrica. Creio que você nunca foi eletrocutado. Graças a Deus eu também não. Mas tenho certeza que se você fosse trabalhar em um local com alto risco de choque elétrico você faria todo o possível para respeitar a placa de “Não toque”, mesmo sem ter a menor noção de como é levar um choque. A questão aqui é de obediência. Simples obediência.

    =====================================================

    continua...

    ResponderExcluir
  5. Giovane:

    (2º artigo)
    . Ainda que aceitemos que Adão e Eva mereceram o castigo, este deveria atingir apenas a eles, não a seus descendentes, que deveriam ter continuado no Paraíso. Os filhos não devem pagar pelos pecados dos pais.

    Refutação:
    Rev. Ari

    É necessário que você entenda que Deus não cobra de nós o pecado de Adão e Eva. Assim como não cobrará de seus filhos os pecados cometidos por você. Veja o que Deus diz sobre isto em:


    Ez 18:19,20 - Mas dizeis: Por que não levará o filho a iniqüidade do pai? Porque o filho procedeu com retidão e justiça, e guardou todos os meus estatutos, e os praticou, por isso certamente viverá. A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniqüidade do pai, nem o pai levará a iniqüidade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele e a impiedade do ímpio cairá sobre ele.

    Ocorre que após a queda em pecado Adão e Eva perderam a “Imago Dei”, quer dizer, perderam a santidade, perderam a perfeição, corromperam sua própria natureza que antes era pura, santa e perfeita. Perderam a comunhão com Deus, e finalmente perderam o Livre Arbítrio no que diz respeito às coisas espirituais. Perderam definitivamente a Imagem de Deus, e tornaram-se imagem do pecado.

    É importante que você saiba que a humanidade foi formada somente após a queda de Adão e Eva em pecado. Deste modo todos nós quando somos gerados recebemos por herança a imagem do pecado. Ou seja, não recebemos a culpa de Adão e Eva, mas recebemos a conseqüência do pecado de Adão e Eva, que não é outra coisa senão a morte espiritual e o completo afastamento de Deus.

    Assim também você em relação aos seus filhos. Suponha que você resolva cometer adultério e contraia uma doença infecto contagiosa. O pecado é seu, mas como conseqüência é possível que seus filhos nasçam condenados a morte pelo vírus que você contraiu ao pecar, quer dizer, eles não são culpados pelo seu pecado, mas sofrem as conseqüências da sua atitude pecaminosa.

    Felizmente no que diz respeito ao pecado de Adão e Eva, a maneira como Deus nos livra dele, é algo maravilhoso, pois através do Santo Sacramento do Batismo Deus nos livra do pecado original e de suas conseqüências, restaurando-nos a vida espiritual, e livrando-nos do inferno e da morte. Por isto mesmo é de fundamental importância que os pais levem seus filhos para serem batizados.

    =====================================


    continua...

    ResponderExcluir
  6. Giovane:

    (3º artigo). Se Deus é omnisciente, ele sabia de tudo o que aconteceria no universo que ele ainda iria criar. Ele tinha a opção de criar infinitos universos diferentes, cada um com infinitas opções de acontecimentos diferentes, mas escolheu criar este, deste jeito, com estas pessoas vivendo estas vidas. Ao se decidir por esta opção, selou nosso destino. Todas as “nossas” decisões já foram tomadas por ele (sic).
    Não temos como ser diferentes, ou estaríamos surpreendendo Deus, o que é impossível. Não temos como fazer diferente do que Deus já sabe que vamos fazer. Omnisciência e livre arbítrio são incompatíveis. A omnisciência cristaliza o futuro.



    Refutação:

    Rev. Ari

    Novamente aqui você faz a famosa confusão entre Onisciência, Presciência, Predestinação, e Livre Arbítrio.

    A - Apenas para que você entenda o significado destes termos:



    1 – Onisciência (português brasileiro) ou omnisciência (português europeu) é a capacidade de saber tudo infinitamente(ad infinitum), incluindo pensamentos, sentimentos, vida, passado, presente, futuro,e todo universo, etc. Fonte: (http://pt.wikipedia.org/wiki/Onisci%C3%AAncia)


    2 - A presciência divina, presume-se, permite que Deus já saiba não só da decisão, mas também do fim que nos aguarda como conseqüência de nossos atos "voluntários". Tudo, a princípio, parece ocorrer por necessidade, uma vez que, não só as causas, mas também todos os efeitos já são do conhecimento de Deus. Fonte: (http://www.ateufeliz.hpg.com.br/LivreArbitrioEPrescienciaDivina.htm)

    Sendo assim, sua afirmação: “Omnisciência e livre arbítrio são incompatíveis. A omnisciência cristaliza o futuro”, está completamente desprovida de qualquer sentido. Observe o conceito de Onisciência acima e veja que este termo trata apenas da capacidade que Deus tem de saber tudo. Nada tem a ver com “cristalizar o futuro” posto que este “Saber” de Deus não tem como objetivo estabelecer os propósitos de Deus, ou impor limites para os homens, nem estabelecer-lhes uma localização no tempo e espaço, senão que demonstra que Deus tem em Si todo o conhecimento disponível sobre tudo em todos os tempos, e também sobre todos.

    Para que você possa tratar este assunto como convém será necessário primeiro você estudar um pouco sobre Presciência divina, Predestinação, e Livre Arbítrio.

    B - Como foi demonstrado anteriormente, Deus não criou o Universo no atual estado, mas o criou em estado de Santidade e Perfeição. Não tivesse Adão e Eva caído em pecado, a humanidade não estaria sofrendo atualmente.

    C - Deus conhece o nosso estado. Ele não espera por “surpresas”. E nem tão pouco se trata disto. A vontade de Deus é que ninguém se perca. Antes o contrário. Deus quer seriamente que creiamos em Jesus como Senhor e Salvador e tenhamos a vida eterna. Assim como a queda de Adão nos condenou a morte eterna, assim também o sacrifício de Cristo Jesus na cruz nos conduz a uma eterna e bem aventurada vida junto a Deus.

    ==========================================================


    continua...

    ResponderExcluir
  7. Giovane:

    (4º artigo). Deus não perguntou se queríamos nascer. O livre arbítrio, ainda que existisse, já estaria limitado pelas condições em que nascemos: um corpo limitado em sua capacidade e duração; uma mente e uma percepção das coisas limitadas; um local de nascimento, cultura, características físicas e uma família que não escolhemos; uma educação e as circunstâncias de nossa infância, que definem aquilo que somos como adultos. Quando nos damos conta das coisas, já estamos numa arena, obrigados a participar de um jogo no qual não pedimos para entrar, do qual não podemos sair, com regras impostas, e que pode resultar num castigo eterno se falharmos.

    (5º artigo).Deus só nos deu 2 opções: obedecer s suas regras arbitrárias ou sofrer eternamente. Não são regras “naturais”, como dizem os crentes. Não são “provas do amor de Deus”. São imposições. Não somos obrigados a amar a Deus ou gostar das opções. Não somos nós que escolhemos, “de livre e espontânea vontade”, renunciar ao “amor” de Deus e ir para o inferno. Deveríamos ter o direito de escolher nossas próprias opções, diferentes das duas que Deus nos impõe, sem sermos castigados, inclusive a de nem nascer.
    Aí sim, poderíamos falar de livre arbítrio.Se Deus nos criou perfeitos, então não poderíamos ter pecado, com ou sem livre arbítrio, ou não seríamos perfeitos. Seres perfeitos não decidem se tornar imperfeitos. Se Deus decidiu nos criar imperfeitos, por alguma razão, então não podemos ser condenados por falhas que não escolhemos ter. Um ente perfeito só deveria criar a perfeição, mas:“Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu sou o Senhor, que faço todas estas coisas.” (Isaías 45:7)“Não é da boca do Altíssimo que saem os males e a felicidade?” (Lam. 3:38)“Dei-lhes então estatutos que não eram bons e normas pelas quais não alcançariam a vida. Contaminei-os com as suas oferendas…a fim de confundí-los.” (Ezeq. 20:25-26)


    Ass. Giovane


    Finalizando:

    Rev. Ari

    Parabéns Giovane. Entre todas as suas contestações os artigos de nº 4 e 5 são os primeiros que você realmente aborda o assunto como de fato ele é. Aqui você quase acertou em cheio, pois realmente Livre Arbítrio para coisas espirituais não existe.

    Quanto a sua afirmação de que Deus não perguntou se queríamos nascer, a mesma não faz sentido. Nossos pais optaram por ter filhos. Isto não é culpa de Deus. Certamente teus pais sabiam do estado de perdição do mundo quando decidiram ter você. Qualquer casal pode simplesmente decidir não ter filhos. Você mesmo pode optar por não ter. Você sabe que se tiverem filhos eles também herdarão as conseqüências do pecado de Adão.

    Felizmente Deus nos ama de tal maneira que providenciou uma solução para que pudéssemos ter filhos, e ao mesmo tempo não temer que eles se percam eternamente, é o Sacramento do Batismo, onde num ato sublime de misericórdia, Deus recebe a criança em sua Graça pelo lavar regenerador do Santo Batismo, livrando-a completamente do pecado original.

    Por favor, leia atentamente o texto abaixo e você compreenderá que definitivamente não temos Livre Arbítrio em questões espirituais, e conseqüentemente o homem não pode escolher ser salvo, como também não tem como escolher não pecar. A obra da Redenção, a Salvação oferecida em Cristo Jesus é puramente obra de Deus, e não do homem.

    continua...

    ResponderExcluir
  8. Do Livre Arbítrio:

    O Livre Arbítrio encontra-se a vontade do homem em quatro estados diferentes, a saber:

    1. Antes da queda;
    2. Depois da queda;
    3. Depois da regeneração;
    4. Depois da ressurreição da carne.

    Para preservar a objetividade trataremos aqui apenas no que diz respeito ao homem antes e após a queda.


    O Homem, e o Livre Arbítrio no seu 1º Estado

    Vamos fatos: :


    A Bíblia ensina que no paraíso, antes do pecado, o homem era livre, tinha tudo e podia todas as coisas, ou seja, este é o 1º Estado, o original: o homem fazia uso de 100% de seu Livre Arbítrio. Sabemos que no paraíso o Homem foi criado a Imagem e Semelhança de Deus. Estava espiritualmente vivo. Deus falava ao Homem pessoalmente. O Homem podia decidir-se sobre todas as coisas. Podia decidir entre obedecer a Deus, ou dar ouvidos ao pecado. Decidiu pelo pecado.

    As conseqüências desta decisão levaram o Homem:

    (1) A Queda. Passou de uma natureza Pura, e Santa, para uma natureza pecaminosa,e completamente perdida.

    (2) Perda da Imago Dei: Completa perda do seu estado original, perda da Imagem de Deus.

    (3) Morte espiritual:(completo afastamento de Deus). (Gn 3.23/Ef 2.1).Lembrem-se, nós, todos os que nascemos a partir de Adão, somos resultado da natureza corrupta de Adão, e não da Imagem Perfeita de Deus. Ora, com isto concluímos que não só a Imagem de Deus, a natureza espiritual, mas também o livre arbítrio se perdeu.


    Veremos agora o Homem, e o Livre Arbítrio no seu 2º Estado:

    Após a queda o Homem perde o Livre Arbítrio, e a Imagem e Semelhança de Deus. O Homem, agora NATURAL, anda errante em um mundo perdido. Não cego, mas morto espiritualmente. Concebem seus próprios deuses segundo sua imagem e semelhança. É incapaz de decidir-se por coisas espirituais 1Co 2.14 . É inimigo de Deus, e jamais decidirá por fazer a vontade de Deus. Quanto ao Livre Arbítrio, o máximo que consegue é, com dificuldade, decidir-se sobre coisas naturais.

    "Cremos, ensinamos e confessamos, outrossim, que a vontade ir­regenerada do homem não só está alheada de Deus, mas também se tornou inimiga de Deus, de modo que só deseja e quer o mal e o que se opõe a Deus, conforme está escrito: «Porque é mau o desígnio íntimo do homem desde a sua mocidade». Da mesma forma: Por isso o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Sim, tão pouco como um corpo morto pode vivificar a si mes­mo para a vida corpórea, terrestre, tão pouco o homem, que pelo pecado está espiritualmente morto, pode erguer-se a si mesmo para a vida espi­ritual, conforme está escrito: «E estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo “Razão por que não somos por nós mesmos - capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus”. 2 Co 3”. (Artigo 2º - Do Livre Arbítrio Fórmula de Concórdia Livro “Cremos por isso também falamos” de Otto O. Goerl Ed. Concórdia S. A. Porto Alegre – RS. Ano 1977).

    ResponderExcluir
  9. Conclusão:

    Quanto ao Livre Arbítrio ‘Espiritual’, concluímos que o Homem Natural não o tem realmente. Não pode, por sua livre vontade, aceitar Jesus. Mesmo em se tratando de coisas naturais não o pode usar como deseja. Diante disto resta-nos a pergunta:

    Então como alguém pode tornar-se cristão?

    Bem, o fato é que ninguém converte a si próprio. Mas quando a Palavra de Deus é anunciada, os ouvintes tornam-se alvos da ação do Espírito Santo. Este por sua vez, os convence do pecado, da justiça e do juízo de Deus, amolece o seu coração de pedra, e Graciosamente lhes oferece a oportunidade de arrependerem-se, e crerem em Jesus como Senhor e Salvador.

    Observe que não há qualquer participação do homem. É puramente a Obra de Deus acontecendo. Mesmo o ato do arrependimento não é obra do homem, mas sim de um Deus maravilhoso que quer nos salvar.Entretanto, se por um lado a salvação é obra exclusiva de Deus, por outro, a perdição é puramente obra do homem. Ou seja, o homem, após convencido pelo Espírito Santo, pode decidir-se por não querer estar com Cristo. É salvo somente por Deus, mas se perde por culpa própria.

    Na Glória Eterna será o momento em que o homem retornará a usar 100% do seu livre arbítrio. Será um momento lindo, quando juntos estivermos na Glória de Deus. Não como Luteranos, Batistas, Católicos, Assembleianos... etc.., mas como Cristãos, Ovelhas do mesmo Pastor que é Jesus.


    Deus te abençoe.

    Rev. Ari Fialho Júnior
    Teólogo Luterano
    Soli Deo Gloria!

    ResponderExcluir